sexta-feira, 3 de agosto de 2007


Ao nascer, a criança tem como principal fonte de conhecimento a boca e através dela recebe sensações de calor, de frio, de umidade. Passa a levar na boca tudo o que vê e sente, e, assim, vai iniciando seu aprendizado. Sente a pressão executada em seu corpo pelo cobertor, pelo berço, pelo afago das pessoas ao seu redor e vai incorporando este conhecimento. Descobre as mãos, leva-as à boca, brinca com elas; descobre os pés, seu sexo. Sente o poder que tem sobre seu corpo quando, depois de cair e levantar-se diversas vezes, aprende a encontrar seu ponto de equilíbrio e anda. Seu poder torna-se maior quando aprende a controlar seus esfíncteres. Pouco a pouco, então, vai se conhecendo e integrando as diversas sensações que experimenta; apreende o sentimento de mundo através da audição, visão, olfação, sensação de calor, de frio; percebe também sensações provenientes das inervações dos músculos, das vísceras.
Para Defontaine (1980, vol. 10), a criança descobre o seu corpo através das deslocações que normalmente lhe são impostas pela sociedade, desde uma atividade inicial automático-reflexa até adquirir uma capacidade de movimentos dissociados devido ao processo de maturação.
Neste conhecimento de seu corpo, a criança passa por uma experiência, que muitos autores têm preconizado como fundamental para o desenvolvimento do esquema corporal, que é o estágio do espelho, o qual analisaremos a seguir.

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