sexta-feira, 3 de agosto de 2007


Para Lacan, a identificação da criança no espelho constitui uma alienação inicial pelo fato de ela se identificar com uma imagem e não consigo mesma, mas isto 6também permite-lhe um acesso ao mundo da linguagem, facilitando assim que se realize a função do eu. Além disso, o espelho também oferece à criança um acesso ao simbolismo, pois organiza, unifica sua visão de corpo fragmentado, percebe-se como um eu, sujeito do discurso.
Wallon contrasta com idéias de Lacan de um corpo fragmentado que se reuniria no espelho. Para Wallon, a imagem do corpo se constrói progressivamente, por um processo de amadurecimento neurofisiológico da criança. O reconhecimento da própria imagem do corpo, depois da imagem do corpo de quem está próximo é um processo9 tônico-postural. Para ele, uma criança sente prazer em se descobrir, em se tocar. Percebe os objetos que são colocados sobre sua perna, seu braço, sua mão e, por fim, sobre seu tronco. O( espelho representa uma ajuda que facilita o aparecimento das “identificações sucessivas” em que ela se identifica, se distingue das coisas e, por fim, do resto do mundo que ora dominar mais tarde. Tudo isto a criança consegue realizar por um processo de maturação, e passa por um processo de conscientização progressiva do corpo próprio como uma realidade distinta do meio circundante.

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